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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Com a palavra: professor Sérgio Nogueira













Hoje, quem bate um papo com o Diário na Escola é o professor
responsável pelo quadro “Soletrando”, Sérgio Nogueira 
Duarte da Silva.
A responsabilidade de selar o destino de crianças que soletram 
palavras com os batimentos a mil por hora, não deve ser uma 
tarefa fácil. Todos que acompanham o Programa podem perceber 
a angústia no rosto dos candidatos até ouvirem a batida da 
campainha confirmando a resposta certa. Experiência o professor 
Sérgio tem. Formado em Letras pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS), e mestre pela Pontifícia Universidade 
Católica (PUC) do Rio de Janeiro dedicou 30 anos ao magistério, 
lecionando em escolas públicas e privadas. Atualmente é o 
consultor de língua portuguesa de todo o sistema Globo de 
jornalismo: TV Globo, rádios CBN e Globo, jornais O Globo e 
Extra, e o site G1.
É também instrutor de cursos de redação e de atualização 
gramatical, autor dos livros: “O Português do dia a dia”, “Dicas 
de Ortografia” e coleção “Língua Viva”, da Editora Rocco.
Escreve a coluna “Aula Extra” nos jornais Extra (Rio de Janeiro) e 
O Sul (Porto Alegre), e “Dicas de Português” no portal G1 de 
notícias na internet. Além de apresentar um boletim diário na 
Rádio Bandeirantes de São Paulo.
1 – No Brasil, os profissionais da educação enfrentam 
grandes dificuldades para conseguir realizar um bom trabalho
 nas escolas, desde a falta de estrutura, baixos salários e o 
desinteresse por parte dos alunos. Quais podem ser 
considerados os maiores problemas encontrados pelos 
professores que ensinam a língua portuguesa nos dias 
de hoje?
Sérgio: São os mesmos de 40 anos atrás. Quando comecei a 
dar aulas, os maiores problemas já eram os baixos salários, as 
péssimas condições de trabalho e a falta de estímulo e de 
aperfeiçoamento dos professores.
2 – Depois de 18 anos, após a cartilha ser abolida da
educação, e da criação de novos métodos de alfabetização, 
os alunos ainda chegam à universidade cometendo 
muitos erros de ortografia. O que precisa ser feito para 
melhorar a escrita?
Sérgio: O ato de escrever começa com boas leituras que nos 
fornecem conhecimento, criatividade e estilo. Para se escrever 
bem é preciso ler muito e exercitar constantemente o ato da escrita.
3 – Você mudaria alguma coisa no dicionário da nossa
língua?
Sérgio: Os dicionários precisam apenas de uma atualização 
mais frequente. As línguas vivas sofrem mudanças diariamente. 
A tecnologia pode ajudar muito, principalmente nas publicações
eletrônicas.
4 – Segundo matéria da Revista EXAME, publicada em 
setembro de 2012, um em cada 12 brasileiros são analfabetos 
de fato, e a taxa de analfabetos funcionais chega a mais de 
30 milhões de pessoas em nosso país. Por que o Brasil tem 
tanta dificuldade em diminuir estes números?
Sérgio: A verdade é que a educação, apesar de algumas iniciativas
bem intencionadas, não é e nunca foi prioridade política. Saúde e 
educação, infelizmente, são prioridades somente nas campanhas 
políticas.
5 – O governo tem criado programas como o Pacto Nacional 
pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Você considera 
efetivas estas iniciativas para promover a erradicação do 
analfabetismo no Brasil?
Sérgio: É um bom caminho, mas ainda é muito pouco. 
Vivemos de esperança.
6 – O estrangeirismo pode ser considerado um problema 
no nosso vocabulário?
Sérgio: O uso de estrangeirismos é normal em qualquer língua viva. 
Trata-se de empréstimos linguísticos que enriquecem a nossa língua. 
Existem palavras e expressões consagradas e inevitáveis: show, 
software, marketing, bulling, réveillon, pizza, sushi… 
O que se condena é o uso desnecessário, o modismo: startar, 
printar, paper…
7 – Os jovens de hoje já nasceram em uma geração conectada.  
Você acredita que o uso constante nas redes sociais do 
chamado “internetês” atrapalha o avanço educacional
do aluno?
Sérgio: O avanço educacional não. O problema é que ortografia 
se sabe por memória visual. Isso se adquire com leitura e escrita 
constante. Palavras do nosso cotidiano não causam dúvidas ou
erros gráficos. O “internetês” certamente prejudica a memória
visual. O seu uso excessivo pode provocar “problemas gráficos”
irreversíveis.
8 – Termos da informática como “acessar” e “deletar” 
já estão incorporados à língua?
Sérgio: Várias palavras da informática já estão registradas no 
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, recentemente 
publicado pela Academia Brasileira de Letras: acessar, 
deletar, backup, modem…






9 – Como foi a experiência em participar do quadro 
“Soletrando”, no Programa O Caldeirão do Huck da 
Rede Globo? Que fatores você acredita que foram 
determinantes para que as crianças vencedoras 
conquistassem o grande prêmio?
Sérgio: Minha experiência no quadro Soletrando tem sido 
altamente enriquecedora e gratificante. O que leva ao sucesso 
dos candidatos: bom hábito de ler, dedicação e estudo, 
grande determinação e, durante 
a soletração, muita calma.
10 – O uso do jornal impresso na sala de aula, como auxiliar 
no processo de educação, é algo que está cada vez mais 
próximo da realidade das escolas em nosso País. 
Você acredita na eficiência desse método?
Sérgio: Sim. Acredito muito. Precisamos, cada vez mais, 
aproximar a sala de aula do dia a dia dos nossos alunos.
Fonte: Blog O Diário Na Escola 

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