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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pais educam e professores ensinam


Pais educam e professores ensinam













O Seminário “Educadores: Educados ou não?”, que aconteceu
 na noite quinta-feira (06), na Associação Empresarial de 
Lages (Acil), provocou a reflexão entre os profissionais da
educação sobre a atuação em sala de aula e as principais
dificuldades. O programa Lendo e Relendo com o Correio
Lageano promoveu o evento que buscou despertar a 
consciência de pais, professores e escola.

Para o palestrante, Clécio Carlos Gomes , bacharel em 
Psicologia, especializado em Psicopatologia, Psicologia 
Clínica e em Terapia Sexual pela Sociedade Brasileira de
Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH), o processo 
de educação no Brasil é um “conto de fadas”. Existem políticas 
públicas que são louváveis, porém ineficazes, os professores 
são mal preparados tanto no processo pedagógico quanto no 
fator ensino/educação. “Com a lei da inclusão, é necessário 
usar diferentes métodos pedagógicos, porém o professor 
não é capacitado para realizar esse processo”, afirma Clécio.
O professor também se depara com problemas como o uso
de álcool, drogas e a sexualidade precoce. No entanto, o que 
mais preocupa é o bullying, que para o especialista nada mais 
é do que a falta de educação. “A educação tem que vir de casa. 
Os pais educam e os professores ensinam. A maioria dos pais 
não colabora e ainda potencializa algumas atitudes negativas 
dos filhos. É necessário que professor, escola e pais trabalhem
juntos para a educação dos alunos”, ressalta o palestrante.

Para ele é um obstáculo a ser superado, pois é um reflexo social, 
e um grande contingente de estudantes está chegando na graduação 
e no mercado de trabalho mal preparado. “É preciso realizar um 
movimento para mudar essa situação, entre escola professores 
e pais. Os pais têm que exercer a sua responsabilidade de educar 
seus filhos e não serem negligentes, pois delegam suas 
responsabilidades para a escola, o videogame e a internet”, salienta Clécio.

Ainda de acordo com o palestrante, o professor, isoladamente, 
precisa provocar algumas mudanças. “Buscar a formação adequada, 
o autodesenvolvimento e a responsabilidade social enquanto educador. 
As pessoas mudaram e alguns professores continuam aplicando a 
mesma receita”, conclui.  

“Muito se fala que a educação é a mola propulsora de uma sociedade 
melhor, de uma vivência melhor, é necessário ver a educação de uma 
forma mais complexa. Educar é o caminho para todas as conquistas 
e para o sucesso”, lembra a coordenadora do Lendo e Relendo, 
Edite Moraes.

Maior dificuldade é a parceria entre pais e professores
Professora há 10 anos, Carmen Godoi diz que os pais estão 
deixando a desejar. “Os professores não têm apoio, mandamos 
as tarefas e os alunos não fazem, não há cobrança dos pais, 
muitos adolescentes já têm filhos e não sabem nem escrever 
direito. Fazemos o nosso papel, mas há necessidade de os 
pais motivarem seus filhos”, afirma a educadora.
Professora também há 10 anos, Silvia Ferreira Lins tem a mesma 
reclamação. “Os pais cobram da gente, mas não cobram de seus 
filhos, não temos o retorno. Quando passamos uma tarefa é a 
continuidade do que damos em sala de aula. Muitos pais são 
inertes e parece que têm medo dos filhos”, fala a professora.

Para o professor da escola do Rosário, Reno Vicente, a escola 
é um espaço para a construção de conhecimento e não um
albergue de alunos. “A educação no Brasil é uma vergonha no
cenário mundial. Pensar a escola sem pensar no perfil dos 
gestores é apostar no fracasso. Os desafios dos professores 
são cotidianos, trabalhamos com alunos que têm ausência de 
valores e sem referências na família. Muitas vezes, não 
conseguimos gerenciar nossa própria vida, precisamos 
de apoio psicológico. Como vamos encantar se já 
estamos desmotivados e desencantados?”, questiona Reno.
Fonte: Correio Lageano/ Blog Lendo e Relendo (Lages, 07/12/2012)
Por Silviane Mannrich (texto e foto)

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