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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Diário na Escola é tema do programa de rádio Megafone, de Maringá/PR


Confira a matéria que a acadêmica Giovana Cardoso fez para o programa "Megafone" da rádio CBN Maringá. No conteúdo informações sobre a educomunicação e o Programa Educacional O Diário na Escola. Entre os entrevistados estão o Prof. Ricardo Pastoreli, a repórter Nayara Spessato, uma professora da rede municipal de ensino de Sarandi e uma aluna que recebe o jornal para fazer atividades em sala de aula.

http://www.cbnmaringa.com.br/noticias/213912-Projeto-diario-na-escola-e-o-assunto-do-programa-Megafone-produzido-pelos-academicos-de-Jornalismo-do-Cesumar.html

Dois jovens, uma história de mídia e cidadania


Dois jovens, uma história de mídia e cidadania
Por Cristiane Parente

Evento conexão Brasil - tema 3




Encontro Internacional de Educação - Fundação Telefônica
25 de setembro de 2012
Centro de convenções Sulamérica - Rio de Janeiro.
Streaming palestra Medellín (Colômbia): Richard Gerver
Debate local: Alice Ribeiro e Andrea Ramal
Mediação - Sonia Bertocchi

Mural de Trabalhos



A partir da leitura e do trabalho com o jornal na sala de aula, o aluno Carlos Eduardo da Escola Municipal Vânia Maria Simões – Atalaia, e as alunas Vanessa e Osanas, da Escola Municipal Dr Eurico de J. D. Barros – Marialva, fizeram as seguintes produções com temáticas que envolvem a cidadania, as eleições e o uso de drogas.

Projeto EducaMídia estimula o aprendizado de alunos



Pesquisando, escrevendo textos, fotografando  e atuando como pequenos repórteres. É desta maneira que  os alunos da  Escola Municipal Teodoro Sampaio, no bairro da Santa Cruz,  Salvador, estão multiplicando seus conhecimentos na oficina de jornalismo online, do projeto EducaMídia. O  laboratório de informática se tornou espaço de aprender técnicas jornalísticas e compartilhar as ações pedagógicas da escola.


O projeto EducaMídia, iniciado nesse mês, visa, através de técnicas jornalísticas e da comunicação, fazer com que o aluno desenvolva  a capacidade de raciocínio lógico, de interpretação e o senso crítico. Segundo os coordenadores da ação, a ideia central não é fazer um curso profissionalizante, mas usar a mídia como ferramenta complementar do aprendizado.

Para a professora de português da escola, Nordélia Costa, o projeto contribui principalmente para a escrita. “Quando os alunos escrevem com objetivo de publicar o que vão escrever, eles têm uma responsabilidade maior na hora da escrita. O projeto está contribuindo para que os estudantes produzam melhores textos”, disse.

As matérias escritas pelos próprios alunos são, depois de editadas e corrigidas pelos coordenadores do EducaMídia,  publicadas em um blog criado por eles. As ações promovidas pela escola como atividades extraclasses e eventos são noticiadas no blog escolar.

A estudante do  9º ano  da escola, Daniela Vasconcelos, 13 anos, fala sobre a experiência de estar participando do projeto: “O EducaMídia é muito legal. Estamos nos dando com jornalistas experientes que nos ensinam a escrever um bom texto. A última matéria que fiz foi sobre a disciplina de inglês, que é a que mais gosto. Quanto mais escrevo, mais melhoro a minha escrita”, comenta.

Segundo o jornalista e  um dos coordenadores do EducaMídia, Gusmão Neto, o projeto se resume em três palavras: educação, tecnologia e comunicação, além de desenvolver o conhecimento do aluno utilizando o jornalismo como elemento complementar ao aprendizado. “ Como jornalista, acredito que o cidadão é formado por uma educação de qualidade e que a imprensa tem um papel fundamental para isso. Por mais que não saia um jornalista do projeto,  que saiam  médicos , engenheiros… mas com capacidade aguçada”, afirma.

O projeto, de inclusão sociodigital,  é realizado  pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), em parceria com o Instituto Miguel Calmon e com alguns veículos de comunicação online de Salvador.


No laboratório de informática os alunos  elaboram seus textos jornalísticos



Fonte: Blog A Tarde EDucação - Cátia Lima

Colégio cria projeto para conscientizar alunos sobre o voto


Credito:Colégio Estadual Eurico Batista Rosas (Carambeí)Credito:Colégio Estadual Eurico Batista Rosas (Carambeí)
Os alunos criaram partidos políticos, com candidatos a prefeito evice, e apresentaram as propostas para as outras turmas do colégio
O Movimento Paraná Sem Corrupção, incentivado pelo Ministério Público com a ideia de motivar a formação crítica, a participação social e a educação para a cidadania, fez com que a equipe pedagógica e professores do Colégio Estadual Eurico Batista Rosas, em Carambeí, iniciassem uma série de atividades para conscientizar os jovens sobre a importância do voto e quais as funções do poder Executivo e do Legislativo. O trabalho foi organizado pela pedagoga, Gerdiena Dykstra, com auxílio do professor de Filosofia e Sociologia, Edson Correa, e da professora de História, Dione Wujastyk.

A discussão começou com a análise das propostas dos candidatos nas eleições municipais 2012, que estão sendo divulgadas no Jornal da Manhã durante o período pré-eleitoral. Depois, os alunos conferiram maior atenção para as propostas que estão sendo apresentadas no bairro do colégio, localidade onde muitos residem. “Eles observaram, após debater e refletir sobre o assunto, que alguns candidatos estão fazendo propaganda enganosa, principalmente, os vereadores porque prometem obras nos bairros, asfalto, postos de saúde, etc.”, comenta Gerdiena.

Os alunos do nono ano criaram charges contra a corrupção, que estão expostas nos murais do Colégio e despertam o interesse das demais turmas, funcionários e também dos pais que por ali passam. Já para os estudantes do Ensino Médio foi lançado o desafio de, em grupos, elaborarem propostas como se fossem candidatos a prefeito, vice e vereador, criando partidos, logos, placas, e demais materiais de campanha. O professor Edson explica que foram formados dois grupos: “um deles ficou responsável em fazer propostas enganosas, corruptas, promessas não compatíveis com sua função; e o outro grupo precisava colocar propostas sérias e condizentes com a função de prefeitos e vereadores sérios e interessados no bem do povo. As duas foram apresentadas para todos do Colégio e votadas pelos demais alunos”, explica.

De acordo com os educadores, essa dinâmica foi importante para mostrar aos jovens como a pessoas podem se enganar pelos discursos dos políticos. “As turmas do Sexto e Sétimo Anos, por exemplo, acabaram votando nas promessas enganosas, ludibriados pela fala e boa aparência dos ‘candidatos’ corruptos”, conta Edson. Os professores então voltaram às turmas esclarecendo a intenção da atividade. “Neste momento destacamos que eles têm o dever de preparar os seus parentes para votarem de forma consciente, dizendo não à venda votos e alertar sobre promessas falsas”, esclarece a pedagoga Gerdiena.

Os professores criaram um grupo de discussão no Facebook onde todos puderam interagir durante o desenvolvimento da atividade.

Cultura Afro
Professora aborda máscaras africanas em aulas de geometria
A professora de Matemática do Colégio Eurico Batista Rosas, Rosiane Antunes dos Santos, relacionou o ensino das figuras geométricas com as máscaras africanas, destacando a Cultura Afro-Brasileira [De acordo com a Lei 10.639, de 2003, é obrigatório incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a temática a ‘História e Cultura Afro-Brasileira’] nas turmas do Oitavo Ano. Os jovens pesquisaram mais sobre a história das máscaras e criaram as suas com os jornais antigos que haviam sido descartados na caixa do projeto ‘Vamos Ler, Reciclar e Preservar’. O material será exposto durante uma mostra que será realizada no Colégio, em novembro. Com esta atividade Rosiane conseguiu mostrar como os povos antigos utilizavam as figuras geométricas na criação dos objetos.

Paraná Sem Corrupção
O Movimento Paraná Sem Corrupção surgiu em maio de 2012, incentivada pelo Ministério Público, e vem conquistando a adesão da comunidade escolar, de empresários e de cidadãos paranaenses que não se conformam com a corrupção. O Movimento foi idealizado a partir de ações regionais da campanha ‘O que você tem a ver com a corrupção?’, lançada em 2007 pelo Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG) e pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP). Mais informações no site: www.paranasemcorrupcao.org.br.

Fonte: Jornal da Manhã Talita Moretto 28/09/2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

‘A escola é o lugar que atrasa o século 21’


Do Site Porvir
Não importa muito como ela seja chamada: educação 3.0, educação para o século 21, educação para a vida. Mas a verdade é que muitos educadores já perceberam que os sistemas educacionais precisarão se adaptar se quiserem formar alunos capazes de lidar com a quantidade de informação hoje acessível, hábeis em administrar problemas cada vez mais complexos e prontos para serem atuantes em um mercado que exige habilidades que não ensinadas nos livros. Cientes desse descompasso entre o que a escola oferece e o que o mundo exige, um grupo de especialistas decidiu formar oGelp (Global Education Leaders’ Program) para discutir problemas reais de sistemas educacionais espalhados pelo mundo e suas possíveis soluções.
“Não há uma resposta única nem um só modelo a ser seguido”, diz David Albury, diretor de design e desenvolvimento do Gelp. O britânico, que foi conselheiro do primeiro-ministro para assuntos estratégicos entre 2002 e 2005, vem conversando com alunos e educadores e conhecendo modelos em todo o mundo. Diante do que tem visto, Albury encontra três tendências importantes para a educação do século 21personalização, aprendizado baseado em projetos e avaliação por performance.



A personalização, explica ele, não quer dizer necessariamente a adoção de plataformas educacionais on-line, mas a configuração do aprendizado para necessidades de cada aluno. “A tecnologia é parte essencial nesse processo, mas não é o processo”, afirma ele. Como exemplo de escola que desenvolve um ensino personalizado, Albury cita a escola sueca Kunskapsskolan, em que os alunos desenvolvem, com a ajuda de tutores, seus planos individuais de estudo adequado às suas paixões e afinidades, com metas claras, que podem ser acompanhadas ao longo do ano.
O aprendizado baseado em projetos, afirma Albury, tem sido uma escolha que escolas ou grupos de escolas têm feito para desenvolver habilidades nos alunos de maneira menos “compartimentalizada”. Nessa abordagem, os alunos precisam desenvolver um projeto e, durante o processo, aprendem conceitos das mais diversas disciplinas, trabalham em equipe, tomam decisão. Apesar de ser uma tendência, diz o britânico, ele não conhece nenhum sistema público de ensino que use o formato em todas as suas escolas. “Não precisa ser adotado em sistemas inteiros. Isso pode acontecer de forma piloto”, afirma. “Não podemos esperar que os sistemas já comecem perfeitos. Leva tempo para acertar, as pessoas cometem erros.”
Já sobre as avaliações por performance, afirma ele, surgem na tentativa de medir e reconhecer habilidades que os testes de múltipla escolha não conseguem. “Como é que eu avalio se um aluno é criativo? Ou se ele é bom em resolver problemas da vida real?”, pergunta Albury. Essa questão, que tem afligido líderes educacionais de todo o mundo, não está respondida, mas há algumas tentativas, diz o inglês, de usar colegas, família e comunidade na construção de novas formas de avaliar.


Outra realidade que tem se tornado cada vez mais clara é que processos educativos muito ricos têm ocorrido fora da escola. Albury conta que esteve em uma reunião com alunos canadenses de 13 anos. Um deles lhe disse: “Quando eu venho para a escola, eu sinto que eu estou sendo desempoderado. Fora da escola, eu tenho acesso a várias fontes de informação. Na escola, eu tenho um professor, um livro, talvez um computador”. Um colega dele concluiu: “A escola é o lugar que atrasa o século 21”.
Trazer a educação que ocorre fora da escola para dentro é um desafio a mais para os professores, que precisam remoldar a forma como lidam com o ofício. “É também uma questão de identidade dos professores.” Para tanto, a participação das universidades é fundamental. Nesse quesito, diz o especialista, a demografia do Brasil é mais favorável do que a de países europeus, onde há poucos professores se formando e muitos estão em atividade há muitos anos. “Mais difícil do que aprender é desaprender”, afirma Albury.
Equipe brasileira
Formado há quatro anos, o Gelp começou com quatro membros: Ontário (Canadá), Nova York (EUA), Vitória (Austrália) e Inglaterra. No ano passado, o Brasil passou a fazer parte do Gelp, que hoje já tem 13 membros, entre cidades, estados e países. Entre os representantes brasileiros estão a Secretaria Municipal do Rio e as estaduais de São Paulo, Goiás e Pernambuco. Os participantes se encontram duas vezes por ano e, virtualmente, compõem uma rede com atividades ao longo do ano. Em novembro, o Rio de Janeiro será anfitrião do segundo encontro de 2012.

Eu quero minha biblioteca!!!





PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM DA CAMPANHA CAPITANEADA PELO INSTITUTO ECOFUTURO, COM A PARCERIA DE VÁRIAS INSTITUIÇÕES, PARA A GARANTIA DA LEI 12.244/10. VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA MOBILIZANDO SEUS PARCEIROS E DIVULGANDO A CAMPANHA NAS REDES SOCIAIS. CONHEÇA MAIS SOBRE A CAMPANHA EU QUERO MINHA BIBLIOTECA!!!! NÓS APOIAMOS!


A CAMPANHA

EM MARÇO DE 2010, A SANÇÃO DA LEI 12.244/10 GARANTIU UM DIREITO INALIENÁVEL: ATÉ 2020 TODAS AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO PAÍS, PÚBLICAS E PRIVADAS, DEVERÃO TER BIBLIOTECA. SUA EFETIVIDADE, PORTANTO, TEM DE SER TRATADA COMO PRIORIDADE NACIONAL.

Há recursos públicos para a educação que podem garantir a criação e a manutenção de bibliotecas em escolas públicas. Portanto, a convicção de que, com a cooperação entre os diversos setores, a democratização do acesso às legislações e recursos existentes e o controle social pela população, será possível planejar caminhos que garantam a efetivação da lei e que assegurem, em 2020, que as metas estabelecidas em 2010 sejam cumpridas, motivou a coalizão, por iniciativa do Instituto Ecofuturo, de organizações que desenvolvem trabalho de referência nas áreas de educação, leitura e biblioteca:Academia Brasileira de Letras, Conselho Federal de Biblioteconomia, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação, Movimento por um Brasil Literário, Instituto Ayrton Senna, Rede Marista de Solidariedade e Todos pela Educação.

A CAMPANHA EU QUERO MINHA BIBLIOTECA TEM O OBJETIVO DE DIVULGAR AMPLAMENTE ESSAS INFORMAÇÕES AOS GESTORES PÚBLICOS, AOS CANDIDATOS ÀS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, EM ESPECIAL, AOS DIRIGENTES DE ENSINO, AOS PROFESSORES, À SOCIEDADE CIVIL E AOS CIDADÃOS BRASILEIROS.

POR QUE TER UMA BIBLIOTECA EM ESCOLA
"Letramento em leitura é a compreensão, o uso e a reflexão sobre textos escritos para alcançar objetivos pessoais, desenvolver o conhecimento e potencial individuais e participar plenamente da vida em sociedade.”
Pisa.

Segundo a Prova ABC 2011 (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), avaliação inédita da qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano (2ª série), apenas 48,6% dos alunos da rede dos governos municipal e estadual alcançam os níveis de leitura esperados para o 3º ano do Ensino Fundamental.

OU SEJA, MAIS DA METADE (51,4%) DOS ESTUDANTES NÃO SABE TIRAR O TEMA DE UM TEXTO QUE LÊ.

Outra pesquisa, Retratos da Leitura do Brasil que tem a finalidade de estudar o comportamento leitor do brasileiro e o acesso à biblioteca no país, revelou em 2012 que, comparativamente com a pesquisa anterior, realizada em 2007, crianças e adolescentes estão lendo menos livros e que, entre os 5 e 17 anos, as bibliotecas escolares estão à frente de qualquer outra forma de acesso ao livro (64%), o que mostra a relevância de haver boas bibliotecas nos colégios brasileiros.

Resultados em Leitura do SAEB 2003 (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) para a 4ª série (atual 5º ano) indicam proficiência de 168 pontos quando até 25% dos alunos da escola fazem uso da biblioteca e de 181 pontos quando mais de 75% dos alunos a utilizam regularmente. Quando a biblioteca escolar tem um responsável, a média aumenta, e, quando os professores realizam atividades dirigidas nesse ambiente, há ganhos importantes e significativos na aprendizagem (Relatório INEP, pág. 62).

Logo, é preciso, mais do que tudo, um amplo trabalho de cooperação, de atuação conjunta da sociedade: juntas, pessoas e organizações não governamentais atuando direta ou indiretamente com a causa da leitura e reconhecendo a importância da cooperação e da disseminação de informações para viabilizar bibliotecas em escolas que ofereçam atendimento de excelência. Deve-se pensar o acervo de forma a compor um estimulante conjunto inicial de livros, bem como prever sua constante renovação e atualização, para manter e atrair o interesse de seus frequentadores. É igualmente fundamental considerar a integração da biblioteca ao projeto pedagógico da escola, desde o horário de funcionamento – incluindo o período noturno – até a realização de um planejamento ajustado à disseminação da leitura literária, que atenda e vá além da demanda curricular. E também é importante a presença de profissionais preparados – com garantias de permanente requalificação – tanto para a organização dos espaços como para assessorar o leitor.

COMO RESULTADO, ESPERAMOS OBTER O COMPROMISSO DOS NOVOS PREFEITOS COM A EFETIVIDADE DA LEI E CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO CONJUNTA DE PROPOSTAS PARA O APRIMORAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA ÁREA DE LEITURA NO PAÍS.

Notícia em quadrinhos


As HQs começam a despontar como veículo alternativo para informações jornalísticas. Apesar disso, ainda há discussão no meio sobre o que exatamente o jornalismo em quadrinhos engloba.
Por: Fred Furtado
Publicado em 26/09/2012 | Atualizado em 26/09/2012
Notícia em quadrinhos
Quadrinho de ‘Palestina’, publicado originalmente entre 1993 e 1995, é o primeiro trabalho do ilustrador Joe Sacco, considerado o pioneiro do jornalismo em quadrinhos. (imagem: reprodução)
Super-heróis, personagens humorísticos, histórias infantis. Se você acha que esses são os únicos temas que encontrará em uma história em quadrinhos, vai se surpreender. Desde a década de 1990 – ou mesmo antes disso, dependendo da definição –, a arte sequencial vem ganhando espaço como plataforma jornalística.
A expressão ‘jornalismo em quadrinhos’ se cristaliza com os trabalhos do jornalista e ilustrador nascido em Malta e radicado nos Estados Unidos Joe Sacco, que transformou suas viagens ao Oriente Médio e aos Balcãs em livros-reportagens em quadrinhos. Seu primeiro trabalho nessa linha, Palestina (publicado originalmente entre 1993 e 1995 em fascículos), ganhou em 1996 o Prêmio Literário Norte-americano (American Book Award).
“Nos seus trabalhos, Sacco tem o compromisso da apuração. Ele observa a situação, analisa os dois lados, pondera e escreve o que vê. Isso caracteriza o jornalismo”, diz o ilustrador Felipe Muanis, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense.
“Nos seus trabalhos, Sacco tem o compromisso da apuração. Ele observa a situação, analisa os dois lados, pondera e escreve o que vê. Isso caracteriza o jornalismo”
O jornalista Augusto Paim, autor de dois trabalhos em quadrinhos e organizador do 1º Encontro Internacional de Jornalismo em Quadrinhos (EIJQ), realizado em 2010, completa: “Sacco percebeu que o desenho dá um novo nível de profundidade e torna temas difíceis mais acessíveis”.
O formato, no entanto, não se adequa a uma cobertura diária, que requer um ritmo acelerado de produção de notícias. Nesse sentido, por demandar mais tempo, o jornalismo em quadrinhos se assemelha mais à vertente literária do ofício. “É por isso que ele também é chamado de ‘novo novo jornalismo’”, revela Paim.
Para Muanis, uma das grandes vantagens do jornalismo em quadrinhos é abalar a máscara de imparcialidade e objetividade da atividade jornalística tradicional. “Jornalismo imparcial é impossível, mas os veículos de notícia têm esse vício de esconder sua subjetividade e muitos leitores, até mesmo jornalistas, têm essa ilusão. Nos quadrinhos, o desenho e o texto explicitam que aquela é a visão do autor”, observa.

Paradigma Sacco

Embora Sacco tenha dado o tom do que seja considerado jornalismo em quadrinhos, isso não quer dizer que não houvesse experiências nesse sentido antes. De fato, há uma longa lista do uso de arte sequencial para transmitir informações de cunho jornalístico, como os trabalhos do desenhista italiano Angelo Agostini (1843-1910), considerado um dos primeiros cartunistas no Brasil.
No entanto, Muanis e Paim não consideram esses trabalhos como jornalismo em quadrinhos propriamente, e sim como histórias em quadrinhos que têm características de documentário. Isso incluiria trabalhos como relatos de viagem, autobiografias e biografias, entre outros. Persépolis, da iraniana Marjane Satrapi, e Maus, do norte-americano nascido na Suécia Art Spiegelman – primeira história em quadrinhos a ganhar o prêmio Pulitzer (1992) – seriam exemplos de trabalhos documentais.
designer gráfico Aristides Corrêa Dutra, cuja tese de mestrado defendida na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2003 teve como foco o jornalismo em quadrinhos, discorda dessa abordagem. Ele afirma que isso é usar um conjunto de parâmetros mais rígido do que o aplicado ao jornalismo tradicional.
“Usar Sacco como paradigma é limitante, porque um jornal impresso, por exemplo, não é composto apenas de reportagens investigativas, que é o que ele faz”
“Usar Sacco como paradigma é limitante, porque um jornal impresso, por exemplo, não é composto apenas de reportagens investigativas, que é o que ele faz. Há cadernos de cultura e viagem, colunas de fofocas... enfim, uma diversidade de métodos e objetos”, pondera Dutra, professor das universidades Veiga de Almeida e Cândido Mendes.
Dutra acrescenta que, para alguns grupos teóricos, o jornalismo em quadrinhos sempre existiu e se chama cartum, embora pela definição corrente uma história em quadrinhos deva ter pelo menos dois quadros e uma passagem entre eles, seja de tempo, de ação ou outra qualquer.

Apogeu ou fim?

O jornalismo em quadrinhos ainda não está consagrado, mas já há um aumento de interesse dos jornais e mesmo da academia, com teses de pós-graduação, como a de Dutra, sendo redigidas sobre o assunto. Nos Estados Unidos, o jornalista Dan Archerse descreve como sendo um repórter em quadrinhos.
Já Paim criou uma lista de discussão e organizou o 2º EIJQ, que acontecerá em Curitiba entre os dias 24 e 27 de outubro próximo. “Tanto a lista como o encontro são espaços para discutir o jornalismo em quadrinhos. Eu os criei, porque percebi que havia uma carência: todos gostavam, mas ninguém discutia”, explica.
Junto com o artista MauMau, Paim fez uma reportagem em quadrinhos sobre a ocupação das favelas do Rio em 2011 que foi publicada no Cartoon Movementsitecom sede na Holanda e que reúne cartuns e reportagens em quadrinhos.
Inside the Favelas
A história 'Inside the Favelas', de Augusto Paim e MauMau, fala sobre a ocupação das favelas no Rio de Janeiro e é um exemplo de jornalismo em quadrinhos nacional. (imagem: reprodução)
Outra matéria do gênero no Brasil é ‘O incrível mensalão’, de Angeli e Mario Cesar Carvalho, publicada na Folha de São Paulo no dia 19 de agosto deste ano. “No Japão, há um site de mangás – como são chamados os quadrinhos japoneses – jornalísticos”, conta Paim.
Segundo Muanis, nos últimos 12 anos o jornalismo em quadrinhos vem crescendo. “De certa maneira, estamos vendo o movimento inverso: depois dos jornais se apropriarem dos quadrinhos, agora são estes que invadem a arena dos veículos de notícia tradicionais afirmando-se como meios independentes”, observa o ilustrador.
Para Dutra, ainda não dá para saber se essa explosão de criatividade é o apogeu do jornalismo em quadrinhos ou seu ‘canto do cisne’. “No momento, há muita experimentação na área, mas não sabemos se é um prelúdio para a consolidação desse estilo ou se é algo que levará ao seu esgotamento”, considera.
Fred Furtado

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Inscrições para 3º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade foram prorrogadas


O Diário na Escola está promovendo ações culturais de incentivo à leitura e cidadania


O programa Jornal e Educação – O Diário na Escola, desenvolvido desde 2001 pelo jornal O Diário do Norte/PR, realiza nos meses de setembro e outubro dois concursos culturais denominados Promoção Cultural Semana Nacional de Trânsito (5ª edição) e Concurso Cultural de Gibi (7ª edição). Ambos têm como objetivo principal propiciar que crianças e adolescentes, juntamente com seus professores, desenvolvam um trabalho de leitura crítica diante dos assuntos relacionados às notícias veiculadas nas páginas do jornal e produzam diferentes gêneros textuais.
Na Promoção Cultural sobre a Semana Nacional de trânsito, os alunos escrevem, após o trabalho de leitura, interpretação e produções orais e escritas, frases criativas e de efeito sobre a temática proposta, que é a velocidade. A intenção é que sejam discutidas questões relacionadas às problemáticas do trânsito, através das notícias do jornal, em busca de reflexão, conscientização e ação, e que os participantes sejam multiplicadores de atitudes cidadãs. Os autores das sete melhores frases e seus respectivos professores serão premiados e as produções publicadas em O Diário, de 18 a 25 de setembro, coincidindo, assim, com a Semana Nacional de Trânsito.
As sete frases vencedoras podem ser vistas abaixo:
Aluna Maria Clara, da Escola Municipal 9 de Dezembro.

Aluno Ozéias Felício Barreto, do 5º ano, da Escola Municipal Santo Carraro de Mandaguaçu/PR, sob a orientação da professora Maria Navarrete Rickli.

Aluno Matheus Saymon dos Santos da Silva

Aluno Lucas de Souza Welang, da Escola Municipal Ayrton Playsant, de Maringá.

As alunas Letícia e Nayra, da Escola Municipal Antenor Balarotti, município de Astorga/PR.
Já para o Concurso Cultural de Gibi do Diário na Escola, que acontece entre os dias dez de setembro e dez de outubro, os educadores receberam capacitação, nos dias 27 e 28 de agosto, na oficina pedagógica intitulada “Histórias em Quadrinhos: entre o prazer de ler e a formação do leitor crítico”, ministrada pela professora Ms. Maísa Cardoso. As discussões giraram em torno do papel da escola na formação de leitores críticos, a utilização da linguagem como interação, aspectos e características relacionadas às notícias e as HQs, a mediação do professor na elaboração das HQs, bem como técnicas de elaboração e análise desse gênero textual. Os principais personagens utilizados para discussões foram os da turma da Mônica e da Mafalfa.  De acordo com a professora Vilma Ribeiro Martins, da Escola Municipal Pioneiro Geraldo Meneghetti, de Maringá, “a oficina foi muito interativa, trouxe diversas informações práticas e teóricas para usarmos em sala de aula no nosso dia a dia. Possibilitou algumas maneiras de estimular o gosto pela leitura e forma adequada de como abordar os temas, os gêneros textuais.”
Fonte: Blog O Diário na Escola:  http://maringa.odiario.com/blogs/odiarionaescola/

Uma bolha inconveniente

Por Alexandre Le Voci Sayad *


No universo das porcentagens de desaceleração e curvas de taxas de desemprego que dominam o debate da crise mundial há elementos à espreita, na sombra das grandes notícias, que preparam um bote ainda mais fatal. A falta de liquidez do mercado imobiliário americano, que desencadeou a queda de dominós da economia, pode parecer menos assustadora para a pouco comentada crise que os Estados Unidos, e o mundo, podem enfrentar: o estouro de uma possível bolha de crédito estudantil do tamanho de US$ 1 trilhão.
Maior que a dívida dos cartões de crédito e de automóveis daquele país (em torno de US$ 700 bilhões cada), a cifra assustadora não cresceu do dia para a noite. No pós-guerra, uma economia promissora estimulava o empréstimo para estudos de graduação, a juros baixíssimos, financiados pelo próprio Departamento de Educação americano. Até o começo dos anos 2000, a dívida correu sobre certo controle. Mas, desde então, cresce a galope, sem lastro aparente.
Desde a administração de George W. Bush, medidas têm apertado o cerco rispidamente contra devedores.  Este ano foi recordista em alunos pobres expelidos da universidade por não conseguirem honrar as garantias. Casas penhoradas, bens tomados pelo Estado e estudantes inconsolados, jogados aos empregos menos qualificados, são cenas cada vez mais comuns nas cidades mais pobres. O presidente Barack Obama pretende prolongar um ato de 2007 que prevê o congelamento de empréstimos estudantis por parte do governo.
As consequências desse cenário pouco comentado na autoestima do americano médio são desastrosas. Reportagem recente do Wall Street Journal, por exemplo, mostrava estudantes que perderam a casa e passaram a morar dentro do automóvel.  Um levantamento do próprio governo aponta que dois milhões de devedores têm mais de sessenta anos de idade – o que prova que a inadimplência não é novidade.
Fora isso, os EUA apareceram mal colocados em uma recente pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que listava os melhores países cujos estudantes conseguiam maior graduação que pais ou avós (num mundo mais exigente quanto ao diploma universitário).
A maneira de medir ou ranquear as melhores escolas por pais, estudantes e mídia, está cada vez mais pendendo para a colocação profissional obtida por alunos formados pela instituição, e ignorando outros fatores de qualidade. A equação simplória  “valor investido na formação” sobre  “valor ganho no emprego” tem imperado em rankings privados como o “The Alumni Factor” (https://www.alumnifactor.com/).
Não à toa as universidades como Harvard e Stanford estão abrindo cursos online – a boa notícia esconde uma instituição que se apresenta caríssima para atender à nata de privilegiados presenciais.
As causas, e consequências, do que acontece nos EUA são muito próximas às que vivemos ou estamos para viver por aqui. A expansão do ensino superior privado e do Programa Universidade para Todos (ProUni) ocorre numa época em aparência tão “dourada” quanto o início do crédito estudantil americano. Um tropeço na economia é motivo para temer o futuro de nossos estudantes na universidade, num cenário de crescimento delicado. Vale lembrar  que nossa pirâmide de crescimento populacional só está começando a estagnar - o envelhecimento dos adolescente de hoje são o público em massa da universidade de amanhã.
Mover com cautela essas peças do cenário educativo pode garantir um crescimento mais sadio para o Brasil – trata-se de uma bolha inconveniente que não deve ser ignorada  nem tolerada em atitude populistas de distribuição de renda como se vê na proximidade de eleições.
* É JORNALISTA E COORDENADOR DO CURSO EXTRACURRICULAR IDADE MÍDIA, DO COLÉGIO BANDEIRANTES

Jornais em aula melhoram a criticidade de estudantes

Estudantes têm liberdade para escolher
as matérias que vão ler

O professor Sidnei José Moura ministra as disciplinas de história, geografia e filosofia no Colégio Dinâmico Caminhando, escola particular situada no bairro São José, em Araçatuba/SP.


Primeiro alunos leem, depois comentam os assuntos
com os colegas de sala
São dele, também, as aulas de Temas Atuais, uma atividade especial envolvendo o uso do jornais. A instituição de ensino é uma entre as 70 parceiras do Programa Jornal e Educação Ler para Crescer da Folha da Região.
O projeto é feito com os estudantes do 6º ano e começou, experimentalmente, no ano passado. Primeiro, os alunos escolhem a notícia que desejam ler. Para isso, têm a liberdade de folhear o impresso à vontade. De acordo com o educador, isto torna os jovens mais dispostos para desenvolver a atividade.

Na sequência, todos fazem comentários sobre o que leram com o objetivo de melhorar as habilidades de observação, explanação e argumentação.
Os alunos também discutem ideias

Este ano, antes de iniciar o projeto, as turmas do Dinâmico Caminhando visitaram a Folha para saber como funciona uma empresa de comunicação e, principalmente, como se faz um jornal. A aluna Rúbia Couto Martins, de 10 anos, gostou do passeio e disse que as tecnologias utilizadas no processo de construção das notícias são mais evoluídas do que ela imaginava. “Eu gostei de conhecer a máquina (impressora) que faz o jornal que a gente lê porque o papel entra em branco e sai escrito com as notícias”, simplifica.

LEITOR INTEGRAL
Um dos objetivos que o professor Sidnei pretende alcançar com este exercício é fazer com que os estudantes gostem deste tipo de leitura e tenham uma maior intimidade com este meio de comunicação. Para ele, é importante que o jovem saiba o valor que o jornal tem para a sociedade e que ele também é uma fonte de pesquisa confiável. “Nosso objetivo é formar leitores não só de livros didáticos para satisfação de notas bimestrais, mas cidadãos críticos”, afirma Sidnei.
Há sempre o momento de reflexão...

O professor recebe apoio integral da coordenadora Luciana Rodrigues. Para ela, os alunos precisam conquistar além do “mundo didático” e trabalhar com o jornal é “muito proveitoso” para este fim.

DIFICULDADES
O início das atividades com o jornal em sala de aula foi um pouco complicado. A estudante Júlia Alves Queiroz, 10, conta: “ele (o jornal) é muito grande”, para justificar sua dificuldade de manusear os cadernos sobre a carteira universitária. Mas foi a insistência do professor e a prática dos alunos que venceu esta etapa.

Hoje, além de ler o jornal, eles já conseguem conversar sobre os assuntos, escolher e debater sobre um tema, e elaborar um texto, tudo na mesma aula. “Tenho certeza que até o final do ano, os alunos estarão produzindo textos de forma independente ampliando, assim, seus horizontes de informações e criticidade”, aposta Sidnei, para complementar: “Não quero aluno copista, quero aluno que vai ler, interpretar e criticar”.
...antes da produção textual

Os estudantes também consideram importante fazer esse tipo de trabalho, pois estão expondo seus pontos de vista. “Eu gosto de colocar a minha opinião para as pessoas saberem o que eu estou pensando”, diz Júlia.

ACOMPANHAMENTO
A reportagem do Ler para Crescer acompanhou uma manhã de atividades das aulas de Temas Atuais. No começo, a turma já estava bem animada, principalmente enquanto escolhiam o tema entre as matérias da Folha. Entretanto, assim que começaram a escrever, ficaram concentrados, preocupados em concluir o exercício da melhor maneira possível. Eles puderam contar com o apoio do professor para auxiliá-los respondendo as dúvidas e ajudando com o andamento do projeto.

Durante o encaminhamento da atividade, a aluna Júlia sugeriu que a classe criasse um jornal escolar. A ideia está germinando. O aluno Paulo Renato Lopes Rodrigues, 11, que antes tinha apenas o contato com o suplemento infantojuvenil Nossa Vez!, após o projeto teve interesse pelo jornal tradicional.
Os assuntos regionais são os que mais chamam a atenção, principalmente de Gabriel Urbano de Souza, 11, que lê o jornal para descobrir as novidades de Araçatuba e região.

Turma do 6o. ano do Colégio Dinâmico Caminhando
Fonte: http://lerparacrescer.folhadaregiao.com.br/2012/09/jornais-em-aula-melhoram-criticidade-de_25.html 
Texto e Fotos: Flávia Forni - Edição: Ayne Salviano