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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Como extinguir o analfabetismo

8 de Setembro - Dia Internacional da Alfabetização - Jornais brasileiros mobilizam-se para debater o tema e lembrar a data. Veja matéria do jornal Correio Popular, de Campinas/SP, sobre Analfabetismo. O Correio Popular desenvolve o Programa de Jornal e Educação Correio Escola Multimídia.


Luiz Eduardo Drouet, coordenador-executivo do Compromisso Campinas pela Educação
No ano em que completa 84 anos de fundação, oportunamente, o Correio Popular incluiu entre seus destaques uma série de reportagens sobre a educação, mais especificamente sobre o analfabetismo em Campinas e região. Desejaríamos que, neste importante momento, o Correio estivesse enfatizando outros fatos, de preferência mais positivos, mas temos que admitir que, infelizmente, apesar ser uma das regiões mais ricas do País, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) ainda acumula 87 mil analfabetos, com mais de 10 anos de idade. 


Além de apresentar essa triste realidade e chamar atenção para o problema, às vésperas do Dia Mundial da Alfabetização, celebrado hoje, em 8 de setembro, as matérias produzidas pela repórter Inaê Miranda destacaram novidades da área como o uso de novas tecnologias e os atuais esforços de organizações do terceiro setor que se unem ao Estado para tentar solucionar essa questão. Apesar desses avanços, o ponto fundamental desse debate merece ser ressaltado. A causa raiz de todo o problema está em dois pontos: a inclusão de todas as crianças e adolescentes na escola e o foco e controle do processo de alfabetização dos primeiros anos do Ensino Fundamental.

Em comparação aos países mais desenvolvidos, o esforço pela universalização do acesso à educação no Brasil é relativamente recente. Há pouco tempo, apenas uma pequena parcela da população tinha a oportunidade de estudar. E, apesar de termos incluído 97% de crianças e adolescentes na escola nos últimos anos, os resultados da Prova ABC, recentemente divulgada pelo movimento nacional Todos pela Educação, apontam que apenas 56,1% dos alunos brasileiros que concluíram o 3° ano do Ensino Fundamental aprenderam o que se era esperado em habilidades de leitura para esse nível do ensino.

Criado há cinco anos, o Todos pela Educação tem cinco metas a serem atingidas até 2022, as mesmas também estabelecidas pelo Compromisso Campinas pela Educação (CCE) em seu ano de lançamento, 2007. São elas: 1) Toda criança e jovem de quatro a 17 anos estarão na escola; 2) Toda criança de oito anos saberá ler e escrever; 3) Todo aluno aprenderá o que é apropriado para sua série; 4) Todos os alunos vão concluir os ensinos Fundamental e Médio; 5) O investimento em Educação Básica será garantido e bem gerido. Não por acaso, as duas primeiras apontam a necessidade de que, em onze anos, todas as crianças de 4 a 17 anos estejam na escola e que todas sejam alfabetizadas até os 8 anos de idade. Esse trabalho de base é precondição para que todos os alunos tenham a oportunidade de aprender com as demais disciplinas e tenham estímulo para concluir os Ensinos Fundamental e Médio, completando o ciclo básico da educação com a idade apropriada.

Se conseguirmos vencer esse desafio, o fantasma do analfabetismo estará efetivamente extinto. Mas, para que isso aconteça, a sociedade não pode delegar essa responsabilidade apenas para o Estado, às secretarias de Educação e aos profissionais da educação. Será preciso uma mobilização efetiva de todos os setores, para que esse tema seja tratado com a devida prioridade e cada parte assuma a sua responsabilidade pela educação. Não podemos deixar que os alunos ultrapassem os oito anos de idade sem uma alfabetização plena e esse controle passa pelo compromisso dos professores com o aprendizado de todos os alunos e pela participação da família na educação. Afinal, cada um pode e deve fazer a sua parte.
Fonte: Correio Popular/ (Foto: Tatiana Ferro)

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